sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ninguém Em Casa

Eu tenho um pequeno livro preto, Com meus poemas dentro dele, Eu tenho uma bolsa com uma escova de dente e um pente dentro dela, Quando eu sou um cachorro bonzinho as vezes eles me jogam um osso, Eu tenho fitas elásticas que mantêm meus sapatos amarrados, Tenho aquelas vaidosas mãos azuis, Tenho alguns canais de merda na TV para escolher, Eu tenho luz elétrica e eu tenho intuição, Eu tenho surpreendentes poderes de observação...E isto é o que eu sei, Quando eu tentar conversar no telefone com você, Não haverá ninguém em casa, Eu tenho o obrigatório cabelo permanente rebelde e eu tenho as inevitáveis queimaduras de alfinete, Todas debaixo da minha camisa de cetim favorita, Eu tenho mancha de tinta nos meus dedos, Eu tenho uma colher prateada numa corrente, Eu tenho um grande piano para sustentar meus restos mortais, Eu tenho olhos selvagens, Eu tenho um forte desejo de voar e eu tenho as raízes enfraquecidas

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