terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dalziza Bueno Gaspar


É como voltar muitos anos atráz, muitos anos mesmo, conhecer um grande amigo, conviver e brincar com ele sempre, desenhar e dar altas risadas, olhar junto com ele a fita do casamento do meu tio Carlito e ver um garotinho de cabelo preto e um outro de cabelo tijelinha, era eu e ele, seu nome Luis César Bueno Gaspar. Ir na casa dele todos os dias quase, olhar para a família dele que era igual a minha, eles com os modos deles de convivência que tinham e tem até hoje, eu e minha com os modos que tinha-mos e temos até hoje, sua mãe sempre tão amorosa com seu marido e seus filhos, muito alegre, descontraída, prestativa, sorridente e inteligente, seu nome Dalziza Bueno Gaspar, batalhava e trabalhava desde quando a conheci, sempre fomos muito unidos, um ajudando o outro no que podia, pobres mas pobres orgulhosos e felizes, ele sempre foi ele, desde que o conheço ele é assim, tem um pai chamado Luis Gaspar e também tem um irmão que se chama Eduardo e uma irmã que se chama Érica, todos sempre foram muito legais comigo e são até hoje, o César se parecia muito com sua mãe, assim como seus irmãos. Todas as vezes que o César tinha show de sua banda ou de outras bandas, Sua mãe sempre fora muito prestativa, hospedava seus amigos com muito carinho e sempre fazia comida para eles, cuidava de todos, a mesa sempre com a comida quentinha e deliciosa, sempre trabalhou, sempre foi tão legal e nunca reclamou de nada, sempre conversava comigo e sempre me falava para mim voltar a estudar na época, sempre tão incentivadora e carinhosa, era só sentar na mesa e ouvir ela falar com gosto da sua vida, dos seus filhos e familiares, da vontade de viver que você podia olhar nos olhos dela, sempre dava presentes para todos familiares e sempre fazia comida nos finais de ano, muitas das vezes a família toda se reúnia pois sua comida era de dar água na boca, demais mesmo, digo e falo, graças a Deus eu pude provar (risos). A Érica sua filha, tinha ido embora para Portugal junto com seu namorado tentar a vida lá na época, até teve um tempo que a Dalziza também foi junto com o Luis, sempre viajaram, sempre ela amou os lugares que visitou, sempre convivi com ela desde criança, sempre encontrava ela quando ia chamar o César na sua casa e sempre ela atendia o telefone quando eu ligava, só que infelizmente daqui para frente ela não irá mais me atender, nem ao vivo, Hoje dia 8 de outubro de 2008, foi-se uma mãe que todo filho desejaria ter, uma pessoa insubstituível e incrível, não estará mais entre a gente Dalziza Bueno Gaspar, que sempre quis viver e com um coração imenso que batia forte a cada dia mais, sempre quis a vida mas infelizmente não pôde viver, como pode uns serem tão maldosos e cheios de ódio nos corações viverem e os bons cheios de amor e vontade de viver não? Dia 7 mesmo ela passou mal e desmaiou, fiquei sabendo da notícia logo após eu ter chegado mais cedo da escola, eu fiquei desesperado pois também minha vó estava nervosa e também tem problema de coração, ela mora em frente, Passei na casa do Curuja que fica na rua de trás para avisar ele e sei lá dar um abraço nele pois eu estava nervoso demais e ele não estava, fui andando e desci a rua 8 que é a casa do César e também da minha vó, cheguei lá tinha uma multidão na rua, Conhecidos e alguns curiosos, primeira coisa que fiz foi abraçar minha vó bem forte, disse para ela ficar calma e que tudo ia ficar bem, meus pais também chegaram, fiquei desesperado, sem chão, não sabia que fazia e liguei para um amigo da gente que se chama António, pedi para ele avisar o Curuja, ele disse que ia ligar e eu fiquei melhor um pouco, Dai 2 segundos ele ligou de volta avisando que o Curuja não atendia o celular pois estava desligado, ai me desesperei mais ainda pois não sabia como o César estava e eu só sabia que o Eduardo estava com eles, comecei a chorar e me desesperar, Poxa não acreditava que aquilo estava acontecendo e desci na casa da namorada do Curuja que se chama Dayane e não consegui encontra ninguém lá, Desesperado fui também na casa do Diego e Sanábria, também não achei eles, voltei na minha vó, lá meus pais disseram que estava ficando tarde e o corpo dela iria demorar para ser liberado, fui dormir e consegui dormir um pouco só pois os pensamentos e lembranças eu não acreditava, não queria acreditar mas infelizmente havia acontecido. No dia seguinte, ventava demais, acordei cedo e me arrumei, fui para o serviço, avisei uns amigos pela internet e uns que nem sabiam e me agradeceram por dar a notícia, meu pai me disse que ela iria ficar na São Vicente, Cheguei lá pelas 11:20 mais ou menos, cheguei com meu pai e a primeira pessoa que eu vi e abracei foi o Kiko primo do César e sobrinho da Dalziza, abracei ele bem forte e ele estava muito abalado e triste, nunca imaginava ver ele daquele jeito, depois abracei o Diego e depois abracei o César finalmente, meu coração bateu muito forte, pude sentir o dele batendo junto com o meu, irmão é assim mesmo, abraçados e tão tristes, choramos juntos e ele me disse que ela disse para ele que gostava muito de mim, eu disse o mesmo e a emoção falou mais alto, disse que que a tinha como uma mãe e que sempre gostei dela, que ela era e sempre vai ser especial, ele disse para mim ir dar um último adeus para ela, fiquei parado ali olhando aquilo tudo, aquele vento tão forte e não estava me sentindo muito bem, todos sentados ali fora sem palavras e sem entender, sem ter o que falar, somente lamentar tamanha perda. O Curuja chegou e a gente se abraçou também, começamos a chorar, doía demais e o coração parecia sair pela boca, ele disse que não suportava ver o César daquele jeito sofrendo, entramos lá dentro e lá estava o César em cima dela e eu cheguei até ele e abracei-o, também abracei o Eduardo que estava muito arrasado, ele disse que ela tinha falado para ele que era para a gente cuidar do César e para não deixar que nada de mal acontecesse a ele, eu não sabia o que fazia, olhava todos ali tristes e ela ali tão linda e com o rosto que eu sempre vi desde minha infância, lembrando dela sempre sorrindo, dava vontade de dar a minha vida para ela, muito triste perder quem sempre esteve com você e ver um irmão sofrendo, queria que eu morresse e que minha vida entrasse dentro da dela, que ela voltasse para eles e eles sorrissem de novo, todos ali presentes até o final, familiares e amigos. Acompanhamos até o enterro, ninguém se conteve, nem o Kauê um amigo da gente, abraçamos ele eu e Curuja, o Sanábria e a Karina sua namorada me consolaram todo o tempo, todos ali olhando um para o outro e caminhando ali até o cemitério, olhar o César e o Eduardo caminhando com o caixão de sua mãe, Cuidando para que nada de mal aconteça, eles nem ficaram para ver ela ser enterrada, foi a coisa mais triste que já vi, doeu demais e vai doer eternamente, tudo isso mexeu demais comigo, não sei nada sobre o começo da vida e não sei como será, não sabemos de nada, o que amamos temos que apegar mais e viver todo momento com elas, fazer tudo de bom para elas e amar apenas, não odiá-las, pois se um dia eles se vão nem temos tempo de nos despedir, só nos resta viver até os últimos dias de nossas vidas e sempre ajudar, ajudar e apoiar meu amigo pois ele precisa de mim sempre, amar mais meus pais e os que estão do meu lado, eu amo meu amigo e nunca abandonarei ele, nem o desapontarei, eternamente estarei com ele Este texto tinha escrito um dia depois do velório e enterro, "Para Sempre: DALZIZA BUENO GASPAR"

Um comentário:

Eu Planto! disse...

Obrigado pelas palavras meu amigo...só te agradeço por ser meu amigo verdadeiro, nas horas boas e ruins... esse texto me arrancou muitas lágrimas, e pode ter certeza que todos aqui em casa tbm vão ler e vão chorar, pois sabemos o bem que ela fez a todos nós, ainda não suporto viver a realidade em que estou, pra mim tudo virou um eterno sonho e espero acordar um dia ao lado dela e mais nada.
Obrigado por cada letra aqui escrita...e pode contar comigo pro que for e vc sabe e pode ter ctz que ela tbm ta feliz por vc ter voltado a estudar e poder escrever cada dia melhor pra gente.
Namastê!