quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ozônio

Não pude tirar meus olhos de toda a situação, eu estava todo engraçado, minha visão era toda distorcida e eu via imagens em minha mente, ouvia vozes gritando do além, senti a alma saindo do corpo, me senti um astronauta entre a camada de ozônio e a minha vida, o ar mudou e passou a ser puro, vi muitos seres humanos e muitos animais diversos, muitas árvores, muitas geleiras e muita água, muito medo pois não sabia nadar, como eu conseguia voar? Era estranho sentir tudo isso mas apenas me deixei levar, quantos países passei, quantos planetas eu tentei mas eram todos muito quietos, não sei se os seres se escondiam de mim ou se estavam em alguma festa, a Terra prometida era muito vaga, imensa e quase o infinito, corpos jogados ao chão, terra suja de sangue e muita dor, crianças sem seus pais e com lágrimas intermináveis. Um buraco de corpos que nem foram encontrados, quantas armas, ao passar pelo deserto eu lembrei dos tempos que vivi nessa imensidão com meus companheiros de trincheira, minha mãe sempre me perguntava porque eu olhar as montanhas tão distantes, meu pai sujo de graxa ocupado com o Chevrolet e tomando uma cerveja, meu irmão viveu até os 19...maldita doença. Olhei o motor gigante vindo ao meu encontro, bateu os braços no peito e veio com toda a velocidade e força, perdi o controle, acendi a lanterna pois estava escuro, senti cheiro de fumaça e meus olhos lacrimejaram...comecei a cair em turbulência, cai em terreno estranho, muitos me olhando querendo me tocar, pintando meu rosto com tinta e me dando presunto daqueles de osso igual dos desenhos

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