segunda-feira, 20 de abril de 2015

Aberração

Era uma festa cheia de pessoas, a polícia veio em peso ao saber de um corpo enterrado a alguns dias, se tratara de um homem alto, de trinta e poucos anos, carros chegavam e as pessoas se aglomeravam, crianças brincavam em meio a terra suja com pedaços de carne humana e vermes, os pés de todos sujos e contaminados, ele era um rapaz bom, mas sua carne era podre, a escavadeira cavava e os vermes e moscas saiam em disparada contorcendo-se, um líquido escuro começa a pingar para fora do buraco, cheiro de podre e carniça pairava na terra, muitos curiosos permanecem, seu corpo estava em alto estado de decomposição e só restara o pano que o fora embrulhado e suas tripas, ossos e cabelos, os vermes permaneciam em seus restos, as pessoas queriam pedaços de sua carne, canibalismo começara ali, a polícia o protege da população faminta, as crianças choram desesperadas, o caos prevalece ali, o caminhão chega para levá-lo, a polícia descarrega suas armas na população saqueadora e comedora de cadáveres, colocam seus restos em um balde grande, lacram-no e levam para ser cremado, o caminhão pipa chega e todos olham o motorista jogando água, no buraco que ali o corpo permanecera, a população começa a pular, pensando ali ser uma piscina pública, todos se banham como no rio ganges, a imprensa olha com susto tamanha aberração, um trampolim é colocado e bóias e diversão fazem a alegria de todos

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